Em
vários momentos de nossa vida nos pegamos bocejando ao olharmos uma
pessoa bocejando, tendo atitudes iguais às de nossos companheiros,
baixando o tom de voz quando alguém nos fala baixinho, imitando um
comportamento de alguém, ou seja, aprendendo por meio da imitação.
Estudos
sobre a capacidade que os seres humanos têm de imitarem expressões
faciais e comportamentos vêm sendo realizados por vários cientistas,
dentre eles o Dr. Andrew Meltzoff (1977) que estudou as imitações das
expressões faciais feitas por bebês recém-nascidos.
Como
se pode observar na Fig. 1, a cada expressão facial do médico o bebê
correspondeu com perfeição, significando que algum processo mental,
ainda desconhecido, ocorria nesse momento de observação da criança.
Fig.2 Dr. Andrew Meltzoff e um bebê com 18 dias de vida.
Na década de 1990, Rizzolatti (1988) e colaboradores observaram a área pré-motora ventral (F5) de macacos Rhesus e descobriram que nessa região, do controle das mãos, neurônios disparavam quando o macaco realizava um determinado movimento como empurrar, puxar e agarrar. Descobriram que essas mesmas células também disparavam quando o animal apenas observava alguém realizando as mesmas ações. Posteriormente em estudos realizados em humanos utilizando a tecnologia da IRMf, observou-se que as mesmas áreas cerebrais (frontais) são ativadas durante a execução ea observação de ações.
Essa
capacidade de imitação é inata e independe da memória, pois qualquer
ação realizada diante de nós pode ser executada, o que faz da imitação
uma possibilidade de aprendizado.
Esses neurônios formam um sistema que por conta da capacidade de “espelhamento” das ações de alguém receberam o nome de Neurônios Espelho.
Todo educador pode lançar mão desse recurso neural para o ensino, pois as crianças podem aprender e se desenvolver por meio da imitação. Não é o que ocorre nas atividades esportivas, nas aulas de dança, de canto ou de música? Imita-se para se especializar no ato motor.
No
entanto, a imitação pode ser uma habilidade prejudicial ao indivíduo. A
partir do momento em que ele se “espelha” nas atitudes inadequadas dos
outros. Como por exemplo, ao observar pessoas ingerindo bebidas
alcoólicas, fumando, sendo violentas, não se alimentando para se manter
magro, se drogando, etc., muitos jovens e crianças acabam por
desenvolver esses comportamentos. Estudos estão sendo realizados
(GOMIDE, 2000) sobre a influência de filmes violentos no comportamento das crianças e dos adolescentes.
Esta
questão nos leva a refletir sobre o poder da mídia e dos “modelos” de
comportamento de pais, parentes, amigos sobre a vida dessas crianças. O
quanto os adultos influenciam na formação das
crianças já que elas podem aprender muito por meio dos exemplos das
pessoas que convivem diariamente com elas. Assim como na escola os seus
professores, os funcionários e os seus colegas também são modelos para o
seu comportamento.
Sugestão de vídeo já postado neste blog.
GOMIDE P. I. C. A influência de filmes violentos em comportamento agressivo de crianças e adolescentes. In Psicologia: Reflexão e crítica. 2000.Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102-79722000000100014&lng=en&nrm=iso&tlng=pt Acesso: jun, 2011.
Olá Norita. Seus posts são ótimos! Tenho aproveitado tudo o que você expõe aqui.
ResponderExcluirobrigada