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22 de set. de 2012

Como saber se meu filho/aluno tem a Síndrome de Irlen?

Procure observar se o seu filho, a sua filha ou seus alunos apresentam alguns dos  sintomas ou comportamentos, dentre outros,  abaixo:

  • Leitura lenta e segmentada,  comprometendo a velocidade de cognição e a memorização;
  • Cansaço, inversões, trocas de palavras e perda de linhas no texto, desfocamento, sonolência, distúrbios visuais, dores de cabeça, irritabilidade, enjôo, distração e fotofobia (sensibilidade à luz branca) após um intervalo relativamente curto na leitura;
  • Uso constante de bonés justificando incômodo pela luminosidade;
  • Preferência por permanecer em  ambientes na penumbra;
  • Dificuldades na percepção espacial e de profundidade;
  • Esbarra constantemente nos móveis e pessoas.
Caso perceba alguns, ou todos, dos sintomas acima descritos o ideal é procurar por um especialista em avaliação/triagem da Síndrome de Irlen, credenciado pelo Hospital de Olhos.
É bom lembrar que muitos adultos também sofrem desde a sua infância com os sintomas da Síndrome de Irlen e ainda desconhecem o tratamento.

Para agendar uma avaliação clique em "Contato".



Uma em cada seis crianças tem síndrome de Irlen

 Confundido com dislexia, problema é marcado por falta de adaptação ao contraste, como claro e escuro, e há distorção da percepção na leitura, como se texto e palavras estivessem tremendo

Junia Oliveira -
Publicação: 19/09/2012 06:00 Atualização: 19/09/2012 09:41

Pais cujos filhos têm dificuldade de leitura e, por isso, foram identificados como disléxicos devem ficar atentos e insistir no diagnóstico. O problema pode ter cura e a criança fazer parte, na verdade, de 15% da população portadora da síndrome de Irlen. Trata-se de um distúrbio do sistema visual que tem como sintomas mais comuns a dificuldade de adaptação à luz, desorganização espacial (noção de direita, esquerda, em cima e embaixo) e desconforto com o movimento e com figuras complexas e de alto contraste, como as zebradas. Tudo isso impacta os pequenos, principalmente por afetar a coordenação da movimentação ocular, e, consequentemente, prejudicar a leitura. Assim como a dislexia,  manifesta-se com intensidade variável, mas é um problema oftalmológico demonstrado clinicamente e que tem tratamento.

O primeiro conceito de dislexia é de autoria do médico britânico W. Pringle Morgan e foi descrito no fim do século 19 para identificar as crianças que não conseguiam ler, apesar do acesso a uma boa educação. O diagnóstico moderno também tem uma descrição vaga e ampla, de acordo com o oftalmologista Ricardo Guimarães, fundador e diretor do Hospital de Olhos de Minas Gerais, que a descreve como uma síndrome neurológica complexa que se manifesta de forma extremamente heterogênea.

Guimarães ressalta que todos os casos de síndrome de Irlen que não são identificados como tal acabam com diagnóstico de dislexia. “De maneira geral, observamos uma tendência de usar essa classificação como qualquer condição que afete o aprendizado e sobre o que não se sabe exatamente o que é. É mais um diagnóstico de exclusão – não é mais nada, então é dislexia – do que efetivamente de afirmação. É um termo não médico, mas educacional, para falar da dificuldade de leitura. O grande esforço que fazemos é tirar a Irlen desse saco comum”, diz.

Uma a cada seis crianças é portadora da síndrome, tem dificuldades de leitura, mas sai do consultório oftalmológico com um diagnóstico acima de qualquer suspeita. Isso porque o tradicional teste das letrinhas, ou teste de Snellen, trabalha com vogais e consoantes paradas e espaçadas, enquanto o portador de Irlen a enxerga de outra forma no dia a dia. A chefe do Departamento de Distúrbios de Aprendizagem Relacionados à Visão do Hospital de Olhos, Márcia Guimarães, explica que é importante avaliar a criança em algumas atividades. “Por que ela lê a primeira e a segunda frases e depois diz que está cansada, fala que quer ir ao banheiro, beber água? Tem algo na atividade nada confortável e aquilo se torna penoso”, avalia a médica.

TESTE DIFERENCIADO Márcia explica que, nesses casos, é preciso fazer o teste da visão em funcionamento, ao contrário do exame oftalmológico clássico. A avaliação deve excluir a instabilidade da movimentação ocular. “Quando lemos, normalmente movimentamos os olhos de três a quatro vezes por segundo. Para saber se a pessoa lê ou não, não posso me ater a ver se ela enxerga ou não a letra pequena, mas se enxerga e se movimenta bem os olhos da esquerda para a direita numa velocidade rápida e constante e com os dois olhos em sincronia”, afirma.

A médica acrescenta que, muitas vezes, a dificuldade que se transforma numa aversão à leitura está relacionada ao contraste do branco com o preto no papel, deixando a criança sem saber no que prestar atenção. Quem sofre de Irlen não consegue se adaptar ao contraste (claro e escuro ou preto e branco) e, nesse trabalho, costuma ter distorção de percepção, sentindo como se o texto estivesse mexendo e a palavra, trêmula. Márcia acrescenta ainda que o diagnóstico de Irlen e de dislexia devem ser feitos separadamente. Quem percebe a dislexia é o professor e o pedagogo e, apenas recentemente, se tornou um problema médico. Mas, no teste da letrinha, somente cerca de 15% das informações visuais envolvidas no aprendizado são supridas. O restante não é considerado.

"A leitura é a base do aprendizado na nossa sociedade. Quando não consegue aprender, a criança acaba alijada do processo de integração social e vai até, no máximo, o ensino fundamental. Eles são inteligentes, estratégicos e espertos, mas não se saem bem na sala de aula. O olho lacrimeja e coça. O aluno procura alternativa, fica disperso, começa a se mexer na cadeira, é rotulado como desatento, sem educação, hiperativo e acaba saindo da escola", diz. Os testes feitos no hospital verificam como a criança enxerga com luz natural e artificial – na luz fluorescente, o menino vê a letra se mexendo. Por meio de transparências de cores específicas, eliminam-se essas distorções levando de imediato a uma leitura mais fluente e compreensível. Márcia Guimarães destaca que as transparências são um recurso assistivo, não invasivo, de baixo custo e alta resolutividade, que potencializam o efeito das intervenções multidisciplinares mesmo na própria dislexia, se houver déficits visuais envolvidos.

O médico Ricardo Guimarães adverte que nem todos os oftalmologistas estão aptos a detectar a síndrome de Irlen nos consultórios. Segundo ele, a parte da visão relacionada à doença, a subcortical, ainda é uma "parte oculta do iceberg", daí a dificuldade de muitos profissionais em compreendê-la. "O que está comprometida é a visão subcortical, que nos dá a orientação. O que estudamos no consultório é a cortical, a capacidade de classificar os objetos", explica.

Ele acrescenta que os novos estudos da neurociência não foram plenamente incorporados na prática clínica. "Nossa medicina é muito voltada para o balcão. Conhecimentos que não envolvam produtos, ou seja, medicamentos ou técnicas, acabam tendo uma divulgação menor que aqueles com laboratório atrás fazendo propaganda. A maneira pela qual se faz o teste não envolve e não depende do instrumento mais importante do diagnóstico do teste oftalmológico, o de Snellen, mas exige do médico ficar com o paciente mais de uma hora no consultório. E hoje ninguém quer isso."

Dificuldade não está relacionada à inteligência
A chefe do Departamento de Distúrbios de Aprendizagem Relacionados à Visão do Hospital de Olhos, Márcia Guimarães, observa que, ao contrário da Irlen, detectada pelo oftalmologista, a dislexia envolve uma equipe multidisciplinar, com oftalmologistas, neurologistas, terapeutas e fonoaudiólogos, sendo identificada de diversas maneiras por cada profissional. A médica ressalta ainda que ela se manifesta de várias formas. Há pacientes com disortografia (ou disgrafia) e não consegue escrever corretamente; há aqueles que escrevem, mas no momento da leitura não pronunciam o som; e há ainda os casos de dificuldade com a matemática (discalculia), além da dislalia (troca da letra "l" pelo "r", por exemplo), além da dificuldade para diferenciar letras invertidas, como "d e "b", "p ou "q".

“O que chama a atenção é que a dificuldade não tem nada a ver com o grau de inteligência da pessoa. É alguém aparentemente normal, inteligente, com todas as facilidades de expressão, mas na hora de escrever surge a dificuldade. Por isso a criança evita escrever, porque começa a trocar letras e fica sem entender o que ocorre", relata Márcia. Segundo ela, normalmente, os portadores da doença, que atinge de 8% a 12% da população mundial, têm inteligência acima da média, pois, para driblar a deficiência, se esforçam além dos outros. "São pessoas extremamente talentosas em outras áreas, como em processamento espacial (montagem de quebra-cabeça e peças tridimensionais). Dão soluções imediatas a problemas matemáticos. Geralmente, são artistas, poetas, comediantes, pessoas que lidam com o lado da criatividade. Conhecimento padrão para eles é muito difícil", acrescenta.

A suspeita de dislexia recai depois dos 9 anos, quando a criança já foi exposta a um estímulo de escola mais intenso. A médica ressalta que há pouco tempo examinou uma família de empresários do ramo de supermercados de Belo Horizonte, em que todos os irmãos são dislexos. Eles adotaram uma estratégia de estudo em grupo. Enquanto um lê, os outros escutam. "A dificuldade pode ser na aquisição da habilidade de leitura ou no que a pessoa lê. Deve prestar tanta atenção no que está lendo a ponto de não conseguir se lembrar do conteúdo no fim do texto. Toda a atenção é desviada para decodificar o som", completa.

Fonte: Estado de Minas

21 de set. de 2012



O que os pais podem fazer  quando seus filhos têm problemas na escola  2ªparte
 Por  Don A. Blackerby Ph.D.

APRENDIZADO: Certifique-se de que o estudante sabe COMO aprender e como realizar as tarefas que lhe são propostas. Nossas escolas presumem que os alunos já sabem como aprender na sala de aula, e que não há necessidade de ensinar-lhes estratégias de aprendizado que os ajudem a aprender de maneira apropriada. Muitos estudantes têm problemas porque aquilo que eles tentam fazer NÃO FUNCIONA. A maioria das "habilidades de estudo" são simplesmente atividades que podem ou não gerar o aprendizado na mente. Por exemplo, duas maneiras comuns aconselhadas aos alunos para aprender a escrever as palavras são: 1. Escreva a palavra 5-10 vezes, e/ou 2. Escreva a palavra muitas vezes, mentalmente, até lembrar-se. Nenhuma dessas atividades funciona bem e muitos estudantes se rebelam contra essas tarefas cansativas e repetitivas.
Outra tarefa de aprendizado que incomoda os alunos é a tabuada. A maioria deles apenas repete-a muitas vezes, para aprendê-la. Isso é muito cansativo, repetitivo e ineficiente. Eu quero que eles combinem o visual e o auditivo, desenhando um triângulo como o que aparece abaixo. Eles fazem uma imagem interna com os números e símbolos dos fatos matemáticos. Aí, eles fecham os olhos ou tapam o desenho e dizem a tabuada a partir da imagem interna (ex.: 7 X 8 = 56, 56 : 7 = 8, 8 X 7 = 56, etc.) Isto liga a audição, falando em voz alta, e a representação visual. Isso é muito mais interessante e eficaz, porque estamos usando mais de um sentido, e é rápido e fácil.
Em meu livro, Rediscover the Joy of Learning (ainda não traduzido para o português, Redescubra a Alegria de Aprender) eu abordo muitas das estratégicas básicas de aprendizado que acredito que os estudantes necessitam para sobreviver ou para prosperar na escola. Elas funcionam muito bem, e os alunos parecem gostar de usá-las porque são rápidas, eficientes e divertidas. Eu procuro garantir que os estudantes com os quais trabalho saibam o que é que chamo de "estratégias básicas de sobrevivência do aprendizado". São elas:

1) Saber como aprender a soletrar as palavras,
2) Saber como aprender a tabuada,
3) Saber como memorizar dados e fatos,
4) Saber como aprender o vocabulário ou a terminologia de modo a melhorar a compreensão da leitura, e
5) Saber como ler com compreensão.

Pela minha experiência, se eles souberem minhas estratégias de aprendizado para essas cinco tarefas acadêmicas, eles não apenas podem sobreviver à escola, mas aproveitar ao máximo tudo o que a escola oferece.
A fim de mostrar a relação entre saber o que significa um assunto e qual a estratégia de aprendizado para ele, voltemos ao estudo da matemática. Você se recorda de que na última seção, dissemos que "Matemática é o estudo da manipulação dos números e letras para resolver problemas do mundo, envolvendo quantidades. Os números e as letras são as medidas das quantidades." Assim, quando você está aprendendo matemática, você está aprendendo como resolver problemas no mundo. Isso estabelece uma estratégia para o aprendizado de matemática, em que você figura em sua mente (à medida que a lição está sendo apresentada) respostas para as seguintes perguntas: "Que tipo de problema é este?" e "Como vou solucioná-lo?" Você liga essas duas respostas em uma figura mental. Depois você revisa verbalmente as respostas para as duas perguntas, como "Quando eu tenho esse tipo de problema, eu o resolvo da seguinte maneira." Então, quando você está fazendo um teste e lê a pergunta, você pergunta a si mesmo: "Que tipo de problema é este?" e tão logo a resposta aparece em sua mente, o "como resolvê-lo" surge ao mesmo tempo. Esta estratégia é muito útil nos problemas com palavras.

MOTIVAÇÃO: Assegure-se de que o aluno está ligado na escola e nas várias tarefas de aprendizado que deve cumprir. Eles se ligam quando a escola ou as tarefas servem os SEUS critérios de valor. Os critérios são o que importa para o estudante. Eles são os padrões pelos quais o comportamento é avaliado e julgado. Se um estudante valoriza o aprendizado, ou o fazer bem feito, ou ser competente, por exemplo, e se ele sabe como alcançar esses critérios, aí ele se liga à escola. Se um estudante ainda não fez a conexão com seus próprios critérios, ele não se ligará à escola. Ele fica muito indiferente e passivo. Muitos atletas se ligam ao esporte porque valorizam a competição e "ser o melhor", mas não se ligam às atividades escolares porque ainda não encontraram uma maneira de ser competitivos ou os melhores na sala de aula. Às vezes, a ligação que falta deve-se ao fato de que eles foram ensinados COMO ser excelentes no esporte, e não foram ensinados como aprender na sala de aula. Outros exemplos de critérios seriam: ser criativo, ser independente, ser responsável, ser apreciado, ser único, pertencer, etc.
Ligar os alunos à escola, ou ao aprendizado, ou às tarefas de casa, ou a outras tarefas escolares é relativamente fácil. A arte de fazer isso compreende três etapas:
  1. Identificar a hierarquia dos valores mais importantes para ele.
  2. Conectar a tarefa à hierarquia.
  3. Criar motivação, com base nessa ligação.
Don A. Blackerby, Ph.D. é o fundador de SUCCESS SKILLS em Oklahoma City. Ele foi professor de matemática e diretor de escola, e fundou a SUCCESS SKILLS em 1981, a fim de focalizar o uso da Programação Neurolingüística (PNL) para ajudar os alunos com dificuldades na escola. Em 1996, ele escreveu um livro, Rediscover the Joy of Learning, no qual descreve suas estratégias e processos baseados na PNL, para ajudar os alunos com problemas, inclusive aqueles que sofrem da Desordem da Deficiência de Atenção (ADD). Ele pode ser contatado de várias maneiras. Seu endereço : SUCCESS SKILLS, P.O.Box 42631, Oklahoma City, OK 73123 USA. E-mail: info@nlpok.com. Site: www.nlpok.com
Trad. Hélia Cadore
Publicado na revista Anchor Point  de setembro 2000.


O que os pais podem fazer quando seus filhos têm problemas na escola           1ª parte 
Por Don A. Blackerby Ph.D.

Uma das maiores frustrações para os pais é descobrir que seus filhos têm dificuldades na escola. A maioria dos pais não sabe o que fazer nem onde buscar auxílio. A maneira mais óbvia de encontrar esse auxílio seria falar com os professores, na própria escola. No entanto, muitas vezes, os professores também não sabem o que fazer. Parte do problema deve-se ao fato de que os professores não são treinados extensivamente para lidar com alunos que têm dificuldades. Esse é um problema muito complexo, e com muitas causas.
A culpa está em toda parte. Todos apontam o dedo para alguém, como sendo o responsável pelo problema. Os pais, muitas vezes, culpam os professores ou o sistema escolar. Os professores, muitas vezes, culpam os pais, a falta de apoio familiar, ou a falta de fundos para adquirir material e livros. TODOS culpam o aluno. Eles acusam o estudante de não fazer o esforço necessário, ou de ser preguiçoso, ou de não ligar para a escola. Frequentemente, eles rotulam o aluno como incapaz de aprender e o colocam em classes especiais. Enquanto isso, o aluno continua com problemas, e o nível de frustração de todos continua a crescer.
A maioria das soluções busca a mudança de comportamento e de ambiente do aluno. Nós podemos ensiná-lo, cortar-lhe os programas de TV, fazê-lo estudar por mais tempo, ou monitorar seu trabalho escolar para garantir que o mesmo seja realizado. Às vezes, mudamos de professores ou de escola, ou levamos o aluno a fazer seu trabalho de casa num local diferente, ou em horários diferentes. Na maioria das vezes, essas tentativas não trazem qualquer solução a longo prazo. Produzem uma grande quantidade de policiamento por parte dos pais e muito desacordo entre o aluno e seus pais. Isso fere sentimentos e causa ainda mais frustração tanto para os pais como para o estudante.
Talvez seja a hora de buscar soluções em lugares diferentes. Talvez, a verdadeira resposta sobre como ajudar os alunos com dificuldade não esteja em mudar seu comportamento ou ambiente, mas sim na maneira como o estudante percebe a escola e o aprendizado. Em minha opinião, existem cinco áreas básicas, dentro das quais se originam os problemas escolares. São elas:
·                 Atitude inadequada em relação à escola,
·                 Falta de conhecimento sobre como aprender,
·                 Falta de motivação,
·                 Suposição de intenção negativa
·                 Reação inadequada dos pais e dos professores.

ATITUDE: Certifique-se de que o aluno tem uma maneira adequada de pensar SOBRE a escola e o aprendizado, ou SOBRE certos assuntos. A forma como um aluno pensa sobre a escola define a existência ou inexistência de sentido da mesma. Se a escola não tiver significado positivo, ela se torna uma incubadora de problemas de comportamento. Eu uso uma metáfora: "Não saber o que significa a escola é como armar um quebra-cabeças sem olhar a figura da caixa. Sem esta, as peças, individualmente, não têm significado algum. Quando se observa a figura da caixa, vê-se de que maneira as peças devem ser combinadas – e de que maneira as diferentes partes do quebra-cabeça se relacionam entre si."
Pode-se descobrir qual é a atitude do estudante através da resposta à seguinte pergunta: "O que a escola significa para você?" Se ele responder coisas como: "Nada", ou "Não sei", ou "Lá eu vejo meus amigos" , ou "Eu tenho que frequentá-la", isso demonstra que ele vê a escola como algo sem sentido. Na melhor das hipóteses, ele se obriga a fazer as tarefas que lhe são impostas. A escola não é nada interessante. Se ele disser: "A escola é chata, eu a odeio!", ou "Os professores implicam comigo", ou alguma variação disso, a escola significa um problema de comportamento após o outro. Se a resposta for alguma variação de: "É o lugar aonde vou para aprender coisas novas", então a escola tem um significado positivo e será algo interessante.
Um dos níveis em que a atitude e o significado realmente fazem a diferença, é a faculdade. Muitas vezes, os estudantes se matriculam na faculdade porque é isso que se espera deles, ou porque querem ter um nível superior. No entanto, muitas vezes, eles ainda não sabem o que desejam de uma profissão ou carreira. Eles ainda não imaginaram o que desejam fazer de suas próprias vidas. Quando isso acontece, muitas vezes o trabalho do curso não terá sentido para eles. Por isso, eles devem forçar a si próprios a estudar. Se ainda não aprenderam boas estratégias de aprendizado, o trabalho mais complexo do curso será ainda mais difícil para eles do que foi nos níveis inferiores. Isso, juntamente com a falta de sentido dos cursos, torna a faculdade uma experiência muito frustrante. Acrescente-se a essa frustração a experiência dos estudantes que começam a viver independentes pela primeira vez, e isso muitas vezes torna sua vida social muito mais tentadora do que o estudo. Suas notas caem ainda mais rapidamente. Aí, eles começam a pensar que a faculdade não é para eles. Quando eu recebo um desses estudantes para conversar, eu procuro eliciar sua Pergunta Virtual. Essa Pergunta Virtual é uma pergunta inconsciente que define quem eles são e qual é sua finalidade de estar aqui no planeta terra. Ela define a vida deles e o que REALMENTE importa para eles. Uma vez conhecendo sua Pergunta Virtual, eles podem escolher carreiras e tomar outras decisões importantes, para encontrar uma resposta a essa Pergunta Virtual.
Outro fenômeno interessante que encontro quando trabalho com estudantes e seus pais, é a ideia de que eles gostam, ou não gostam, de determinadas matérias. A maneira como eles falam sobre elas faz parecer que isso é uma lei natural ou genética. Eles fazem comentários como: "Eu gosto de Inglês e de História." Adivinhe em que matérias eles se saem bem? Gostar ou não de uma matéria é uma questão de percepção – e a percepção pode ser mudada. Pense nas vezes, em sua vida, que você mudou a percepção de alguma coisa. Pode ter sido por influência de um professor, ou pela maneira como um amigo explicou o assunto, ou você descobriu um aspecto do assunto que captou o seu interesse. Um dos fatores que influencia fortemente o gostar ou não de uma matéria é a maneira como nós pensamos SOBRE ela. Se nós pensamos de uma maneira negativa, geralmente não vamos gostar dela porque ela não fará sentido para nós. Se tivermos uma forma boa ou útil de pensar sobre ela, então nós gostaremos dela, porque vemos sua finalidade.
Eu fui professor de matemática. Assim sendo, sempre tive interesse em saber porque alguns alunos gostam de matemática e outros não. Até agora, encontrei quatro causas fundamentais dos problemas dos alunos em relação à matemática. São as seguintes:
  1. Eles não têm o conhecimento dos fatos matemáticos de maneira que os mesmos lhes sejam automáticos. Os fatos matemáticos são somar, subtrair, multiplicar e dividir os números de 0-9 ( ex.: 8x7=56, ou 9+6=15, ou 63:7=9). Ao invés desses fatos serem automáticos, muitos estudantes têm estratégias para computar tais respostas. Essas estratégias irão atrasá-los no futuro, quando estiverem lidando com problemas mais complexos.
  2. Eles não conhecem a terminologia da matemática de forma que possam compreender o professor ou a leitura do livro.
  3. Eles não têm uma estratégia para aprender matemática.
  4. Eles não tem uma maneira positiva de pensar sobre matemática, que ative seu interesse e motivação.
Vamos discutir as primeiras três causas na próxima seção. A última está muito relacionada com esta seção. Muitas vezes, quando pergunto a um aluno: "Em sua opinião, o que a matemática estuda?", recebo respostas que vão desde um "Eu não sei", até "Serve para controlar meu talão de cheques" ou "Serve para que eu possa fazer trocos." Nenhuma dessas respostas é inspiradora ou motivadora. Nem ajudaria a dar sentido a 99% da matemática.
Eu ofereço a eles a minha versão: "Matemática é o estudo da manipulação dos números e letras para resolver problemas do mundo, que envolvam quantidades. Os números e as letras são medidas de quantidades." Então, eu lhes dou muitos exemplos de problemas, começando no primeiro grau e indo além. Por exemplo: "No primeiro ano, você aprende a manipular os números, somando-os. Assim, você resolve problemas como "Você tem 5 maçãs e o seu amigo tem 4. Quantas maçãs vocês têm, juntos?" Mais tarde, na quinta série, você aprende que existem frações, aprende a somar, subtrair, multiplicar e dividir frações. Depois, você aprende a solucionar problemas como ‘Sua mãe fez dois bolos para o dia de Ação de Graças, uma torta de maçã e uma de cereja. Sobrou ½ torta de maçã e 1/3 da torta de cereja. Que quantidade de torta sobrou?’ Em Álgebra, você aprende a usar fórmulas para resolver problemas como: ‘O Sr. Smith, proprietário da Smith Wholesale Clothes, desejava celebrar a chegada do ano 2000 com uma liquidação de 20%. Se ele tivesse uma camisa que originalmente vendia por $45, qual seria o preço de venda? O estudo da matemática continua assim, praticamente durante todo o tempo de escola."

Don A. Blackerby, Ph.D. é o fundador de SUCCESS SKILLS em Oklahoma City. Ele foi professor de matemática e diretor de escola, e fundou a SUCCESS SKILLS em 1981, a fim de focalizar o uso da Programação Neolinguística (PNL) para ajudar os alunos com dificuldades na escola. Em 1996, ele escreveu um livro, Rediscover the Joy of Learning, no qual descreve suas estratégias e processos baseados na PNL, para ajudar os alunos com problemas, inclusive aqueles que sofrem da Desordem da Deficiência de Atenção (ADD). Ele pode ser contatado de várias maneiras. Seu endereço : SUCCESS SKILLS, P.O.Box 42631, Oklahoma City, OK 73123 USA. E-mail: info@nlpok.com. Site: www.nlpok.com
Trad. Hélia Cadore
Publicado na revista Anchor Point  de setembro 2000.

16 de set. de 2012

O paradoxo da memória visual

 

O paradoxo da memória visualVocê se lembra do que comeu há uma semana? Talvez, mas é pouco provável. Mas, se você tiver acabado de comer, é quase certo que você se lembre de tudo em detalhes. O que acontece com essas recordações durante esse período? Elas se perdem lentamente ou simplesmente somem de uma vez?

Alguns estudos indicam que essas memórias duram algo entre 4 e 10 segundos. Outros estudos provam que, mesmo após 20 minutos, a precisão dessa recordação pode ser ainda muito alta. Apesar de parecer um paradoxo, há uma boa explicação científica para o que ocorre no cérebro.

Como já foi abordado num artigo anterior, uma imagem como a de um prato de comida é captada pelo cérebro através da visão que a armazena num tipo de memória sensorial chamado de memória visual. O problema é que esse tipo de memória mantém a informação por menos de 2 segundos, tempo suficiente para ser processada, analisada e interpretada. Se o cérebro julgar que é uma informação importante, ele a move para outro tipo de memória chamado de memória de trabalho. É a memória de trabalho que nos permite lembrar de coisas por um breve período para, por exemplo, copiar anotações de um caderno.

Cientistas quiseram testar se essa memória sumia lentamente ou de uma só vez, então desenvolveram um teste simples que consistia em mostrar rapidamente três quadrados coloridos numa tela. O participante deveria lembrar a cor de cada quadrado e, após um período de 1 ou 4 ou 10 segundos, os quadrados apareciam novamente, só que desta vez sem as cores. A tarefa do participante era de indicar qual era a cor de um quadrado específico.

Nesse estudo, os cientistas descobriram que os participantes eram bem precisos nos períodos de 1 e 4 segundos, mas depois a precisão caía drasticamente, indicando que o participante estava tentando adivinhar a resposta. Esse resultado está alinhado com o de vários outros estudos sobre a memória de trabalho indicando que ela não some lentamente, mas de repente após um certo tempo.

Outro estudo adotou uma abordagem diferente. Os pesquisadores mostravam ao participante uma sequência de 3.000 imagens de cenas diferentes, como ondas no oceano, campos de golfe e parques de diversão. Vinte minutos depois, eram exibidos ao participante 200 pares de imagens, sendo que uma era de uma das cenas apresentadas e a outra uma imagem completamente nova, e o participante tinha que indicar qual era a da cena apresentada anteriormente.

Os resultados foram que 96% dos participantes acertaram a reposta, o que demonstra ser um bom número, especialmente se levado em consideração o intervalo de 20 minutos. A explicação para essa boa taxa de acerto está no fato de que essas informações haviam sido transferidas para outro tipo de memória, a de longo prazo.

Esses experimentos representam um paradoxo: como somos capazes de lembrar tão grande quantidade de informações detalhadas em alguns casos e, em outros, nem sequer algumas poucas imagens após alguns segundos? O que determina se uma imagem é armazenada na memória de longo prazo ou de curto prazo?

Essa questão foi motivo de um estudo que concluiu que o fator crítico está no quanto essas imagens recordadas são significativas, ou seja, se o conteúdo das imagens forma uma conexão com algum conhecimento prévio sobre elas. No primeiro estudo, o participante tinha que lembrar de quadrados e cores que não tinham significado para ele. Já no estudo seguinte, por se tratar de cenas reais, o participante já possuía algum tipo de conhecimento a respeito.

Esse conhecimento prévio altera a forma com que a imagem é processada, permitindo com que milhares delas sejam transferidas da memória de trabalho para a de longo prazo, com incrível nível de detalhe. Isso ajuda a explicar porque somos tão ruins em lembrar algumas coisas e tão bons em outras.

 

Fonte: Cérebro melhor

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