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28 de abr. de 2012

Jill Bolte Taylor- a neurocientista americana que ao sofrer um derrame, observou todos os detalhes do ocorrido

Compartilhando um fato impressionante para nós, leigos, sobre uma pessoa que sofreu um derrame e se recuperou totalmente. Plasticidade cerebral?






Jill Bolte Taylor teve uma oportunidade de pesquisa que poucos cientistas cerebrais desejariam: ela sofreu um grave derrame, e observa enquanto suas funções de movimento, fala e autoconsciência entram em falência, uma a uma. Uma história incrível.
  
O relato detalhado do que lhe ocorreu e como ela pode observar a cada instante o derrame e as suas reações são impressionantes. Com essa experiência de vida ela traz uma luz sobre o processo de plasticidade cerebral, pois aí se encontra compartilhando a sua história para auxiliar a ciência e as pessoas que passam pelo mesmo.

Clique aqui e assista o vídeo. Você tem a opção de assistir com legenda em português clicando em "CC", ou pode ler a transcrição literal.




Ode para o cérebro


(Carl Sagan's lyrics written by Carl Sagan, Ann Druyan and Steven Soter)


[Robert Winston]
It's amazing to consider that I'm holding in my hands
The place where someone once felt, thought, and loved
For centuries, scientists have been battling to understand
What this unappealing object is all about

[Vilayanur Ramachandran]
Here is this mass of jelly
You can hold in the palm of your hands
And it can contemplate the vastness of interstellar space

[Carl Sagan]
The brain has evolved from the inside out
It's structure reflects all the stages through which it has passed

[Jill Bolte Taylor]
Information in the form of energy
Streams in simultaneously
Through all of our sensory systems

And then it explodes into this enormous collage
Of what this present moment looks like
What it feels like
And what it sounds like

And then it explodes into this enormous collage
And in this moment we are perfect
We are whole and we are beautiful

[Robert Winston]
It appears rather gruesome
Wrinkled like a walnut, and with the consistency of mushroom

[Carl Sagan]
What we know is encoded in cells called neurons
And there are something like a hundred trillion neural connections
This intricate and marvelous network of neurons has been called
An enchanted loom

The neurons store sounds too, and snatches of music
Whole orchestras play inside our heads

20 million volumes worth of information
Is inside the heads of every one of us
The brain is a very big place
In a very small space

No longer at the mercy of the reptile brain
We can change ourselves
Think of the possibilities

[Bill Nye]
Think of your brain as a newspaper
Think of all the information it can store
But it doesn't take up too much room
Because it's folded

[Oliver sacks]
We see with the eyes
But we see with the brain as well
And seeing with the brain
Is often called imagination

[Various]

[Robert Winston]
It is the most mysterious part of the human body
And yet it dominates the way we live our adult lives
It is the brain

19 de abr. de 2012

O que é a Psicopedagogia?

De acordo com Associação Brasileira de Psicopedagogia:

 

aprendizag

A psicopedagogia é um campo de atuação em Saúde e Educação que lida com o processo de aprendizagem humana; seus padrões normais e patológicos, considerando a influência do meio - família, escola e sociedade- no seu desenvolvimento, utilizando procedimentos próprios da psicopedagogia.

A Psicopedagogia é de natureza interdisciplinar. Utiliza recursos das várias áreas do conhecimento humano para a compreensão do ato de aprender, no sentido ontogenético e filogenético, valendo-se de métodos e técnicas próprios.

O trabalho psicopedagógico é de natureza clínica e institucional, de caráter preventivo e/ou remediativo.

O trabalho psicopedagógico tem como objetivos:

(i) promover a aprendizagem, garantindo o bem-estar das pessoas em atendimento profissional, devendo valer-se dos recursos disponíveis, incluindo a relação Inter profissional;

(ii) realizar pesquisas científicas no campo da Psicopedagogia.

Fonte: Associação Brasileira de Psicopedagogia.

8 de abr. de 2012

APRENDIZAGEM SEGUNDO A NEUROCIÊNCIA COGNITIVA

Por Norita M. Dastre

Para a neurociência a aprendizagem é a aquisição de informações, o resultado de modificações funcionais no Sistema Nervoso Central (SNC), das conexões entre os neurônios por conta da utilização do cérebro, ou seja, a experiência é a base da aprendizagem, pois a cada experiência o cérebro responde diferentemente com relação à experiência anterior.

Para aprender o indivíduo conta com as suas estruturas física, psicológica e cognitiva e é preciso que haja uma integração dos fatores emocionais, neurológicos, relacionais (ambiente social) e ambientais. Qualquer outro fator que influencie negativamente um dos anteriores afetará o processo de aprendizagem.

Atualmente a ênfase educacional está centrada na aprendizagem. O professor, antes transmissor do conhecimento, agora é um co-autor do processo de aprendizagem dos alunos, pois o conhecimento é construído e reconstruído continuamente na relação professor aluno.

Para que possamos aprender algo precisamos ter atenção (pré-requisito) e memória, processos fundamentais para a aprendizagem, já que ocorrem antes do processo de aprender. 

Segundo Pantano (2009, p.23) 
O processo de aprendizagem necessariamente envolve compreensão, assimilação (memória), atribuição de significado e estabelecimento de relações entre o conteúdo a ser aprendido e os conteúdos a ele relacionados e já armazenados. Nessa visão cognitiva, a aprendizagem é um processamento resultante de processos cognitivos que envolvem sensação, percepção, atenção e memórias (operacional e de longo prazo).
Aprendizagem e memória são as habilidades de aquisição e manutenção das informações e a aprendizagem precisa se dá no momento exato em que ocorre a captação de uma informação pelas vias sensoriais, pela sua retenção e fixação pelas áreas da memória, função executada pelo córtex cerebral.


PANTANO, T. , ZORZI. J.L. Neurociência Aplicada à Aprendizagem. São José dos Campos: Pulso, 2009.

PROCESSOS ENVOLVIDOS NA APRENDIZAGEM

Por Norita M. Dastre

Os processos envolvidos na aprendizagem são a sensação, em que os estímulos incidem sobre os receptores; a atenção, pré-requisito para a aprendizagem é fundamental para a recepção da informação, pois precisamos ter atenção para focar no estímulo que queremos aprender; a concentração, decorrente da fixação da atenção; a percepção, processo complexo em nível cortical responsável pela interpretação e codificação da informação e a memorização, retenção da informação pelas áreas da memória pelo córtex cerebral.

Para a Neurociência Cognitiva (NC) a atenção é a porta para a aprendizagem e o seu desenvolvimento depende da interação entre as estruturas do tronco encefálico e das suas conexões com o córtex frontal. É um processo complexo.

Nas escolas muitas crianças e adolescentes que são considerados desatentos apresentam baixo desempenho acadêmico. Pode ser que esses alunos não sejam realmente desatentos, mas sim ainda têm a atenção involuntária ou dividida e por este motivo não aprenderam a selecionar qual estímulo deve ser focado.

Gazzaniga (2010) define a atenção como sendo um mecanismo cerebral cognitivo que possibilita processar informações, pensamentos ou ações relevantes, enquanto ignora outros irrelevantes ou dispersivos.

Há vários tipos de atenção: a atenção involuntária ou passiva que é voltada para eventos externos ao indivíduo como os barulhos, uma porta que se abre, um cheiro, etc.; a atenção voluntária ou ativa que é a vigília; a atenção sustentada na qual o sujeito se mantém atento ao que está sendo tratado por um longo período; a atenção alternada ou dividida, quando se sai de um foco de atenção e a compartilha com outros estímulos e a atenção seletiva, que é o que fazemos com o que nos é significativo, ou seja, selecionamos aquilo que nos interessa.

O nosso cérebro consegue prestar atenção em uma coisa de cada vez devido às próprias limitações e não porque vivemos em um mundo altamente distrativo. Quando pensamos que estamos atentos a vários estímulos do ambiente (como estudar ouvindo música ou assistindo a TV ao mesmo tempo) na verdade estamos captando fragmentos de cada um desses estímulos e não estamos realmente atentos a nenhum deles.

As teorias da seleção precoce versus tardia defendem que o sistema de processamento de informação humano não pode processar simultaneamente múltiplos sinais de entrada se há uma alta carga de informação, de forma que o sistema deve tomar uma “decisão” difícil sobre o que processar a seguir – o cerne da seleção (GAZZANIGA, 2010 p.269). Para aprender é necessário focar em apenas um estímulo.

Estando atento a um estímulo o cérebro registra a informação na memória, que é a capacidade que temos de adquirir, formar, conservar informações e recuperá-las, de acordo com as nossas necessidades para poder utilizá-las no presente. Ela é uma das funções cognitivas mais utilizadas pelos seres humanos, pois faz a manutenção de todo material aprendido. É a persistência do aprendizado.

Segundo Izquierdo (2002),
Memória é aquisição, a formação, a conservação e a evocação de informações. A aquisição é também chamada de aprendizagem: só se 'grava' aquilo que foi aprendido. A evocação é também chamada de recordação, lembrança, recuperação. Só lembramos aquilo que gravamos, aquilo que foi aprendido (2002, p.9).
A memória passa por estágios, desde a codificação (em sub-estágios de aquisição e consolidação) na qual a pessoa recebe e transforma a entrada de informações sensoriais e físicas para reter essas informações; o armazenamento (criando e mantendo um registro) e a evocação (a lembrança, o acesso às informações) para a execução de um comportamento.

Memória e aprendizagem são as estruturas básicas para os conhecimentos, habilidades e planejamentos, pois envolvem as orientações temporais, espaciais, habilidades mentais e intelectuais, permitindo aos indivíduos se situarem no presente e planejarem o seu futuro, considerando sempre o seu passado. Não há como dissociar a memória da aprendizagem, pois para que a aprendizagem ocorra é fundamental que as informações e os conhecimentos adquiridos se consolidem na memória.

Como as memórias são processos neuronais relacionados ao hipocampo, amígdala, córtex frontal e são moduladas pelas emoções, pelo nível de consciência e pelos estados de ânimo (interesse, motivação, necessidade), podemos inferir que a integridade do processo neuronal, das principais áreas relacionadas a elas e como são moduladas é fundamental no processo de aprendizagem e da sua qualidade.

Segundo Melo (2008) a memória responsável por armazenar e adquirir conhecimento sobre o mundo, incluindo fatos, conceitos e vocabulários é chamada de memória semântica. Esse tipo de memória é requerida para armazenar o aprendizado das disciplinas escolares e estas necessitam de repetição, pois não são processadas imediatamente.

Muitos  educadores ainda desconhecem como os seus alunos aprendem, ou seja, quais são os meios que eles utilizam para aprender. Desconhecem também que algumas das dificuldades que os seus alunos encontram no processo de aprendizagem podem estar associadas a problemas com a integridade da sua memória. 

Assim sendo, os alunos não conseguirão atingir os objetivos esperados para a sua turma, pois a aprendizagem não ocorrerá e qualquer das estratégias utilizadas pelos professores será ineficiente gerando um desgaste emocional em  todos os envolvidos no processo.

Nas salas de aula podemos encontrar crianças e adolescentes que sequer conseguem repetir uma frase que acabaram de ouvir. Os educadores concluem que isso ocorre por pura falta de atenção, mas não sabem que essa suposta "desatenção" pode ocorrer por conta de prejuízos numa das principais funções cognitivas utilizadas por nós, a memória.

Como vimos anteriormente sobre os vários tipos de atenção é improvável que alguém seja "desatento". O que podemos considerar é que a pessoa em questão, ou nosso aluno, esteja utilizando sistematicamente  um tipo específico de atenção, como a involuntária ou passiva. Os professores devem estar atentos à essa questão da desatenção dos seus alunos, pois estratégias podem ser utilizadas para direcionar o foco da atenção.

Outro processo envolvido na aprendizagem é o Sistema de Recompensa (SR) que é o sistema cerebral ativado quando fazemos algo que nos dá prazer, nos mostrando que é bom repetir essa ação. Essa sensação prazerosa de satisfação, é resultado da liberação da substância neuromoduladora dopamina que é fundamental para o processo de aprendizagem.

Houzel (2010) define o sistema de recompensa como
(…) o conjunto de estruturas que sinaliza para o restante do cérebro quando alguma coisa dá certo, seja ela algo que você desejava ou algo que você estava tentando fazer e conseguiu, ou algo que aconteceu inesperadamente, mas é considerado bom, interessante pelo cérebro(2010, p.32).
A ativação do Sistema de Recompensa (SR) é muito mais que uma resposta ao que deu certo, pois por meio das experiências anteriores o nosso cérebro cria expectativas sobre o que ainda pode vir a dar certo. Essa expectativa criada por antecipação é a motivação. Quando o ensino é baseado em atividades criativas e repletas de novidades, ou que se disponibilize uma variedade de opções, formas de aprendizagem sobre um conteúdo a ser trabalhado, promove-se a motivação que leva ao aprendizado.

Para a Neurocientista, o retorno positivo que se dá ao aluno sobre o seu desempenho nas atividades escolares, o apoio oferecido para que ele perceba os seus acertos e descobertas é fundamental e pode ser o que falta à ele para perceber que acertou, e isso acaba ativando o seu SR. As pessoas se sentem motivadas quando percebem que estão no caminho certo ou escolhido e quando acerta, tomando consciência de que acertou, pois assim procurará fazer novamente aquilo que lhe deu prazer.

Como o SR é ativado quando se aprende, na sala de aula os educadores podem e devem lançar mão desse recurso, elogiando, encorajando e incentivando as atitudes corretas e o esforço dedicado dos seus alunos à resolução dos problemas postos à eles.

Baseando-se no conceito de SR os educadores passam a avaliar os seus alunos com outro olhar, não para os seus erros, mas para o que eles ainda não aprenderam, ou seja, a avaliação deixa de ser um mero instrumento classificatório e passa a ser um norteador para os próximos passos em busca do aprender.


GAZZANIGA, Michael S.; IVRY, Richard B.; MANGUN, George R. Neurociência cognitiva: a biologia da mente. 2. ed. Porto Alegre: Artmed, 2006. 768 p.
HOUZEL-H. Suzana: Neurociências na Educação: Neurociência do aprendizado. ATTA.
IZQUIERDO, I. Memória. Porto Alegre: Artmed, 2002.
LENT, Roberto. Cem Bilhões de Neurônios: Conceito Fundamental da Neurociência. Rio de Janeiro: Vieira & Lent Casa Editorial, 2002.
MELO, M.O.; SAKAI H. Memória: o computador do cérebro. In LEIBIG, S. (org). O cérebro que aprende. São Paulo. Ed All Print, 2008. p. 82.

7 de abr. de 2012

1/2 entrada. Agora é lei.Professores das redes municipais do estado de São Paulo agora têm direito a 1/2 entrada em espaços culturais e cinemas.

Projeto de lei vetado pelo ex-governador Serra e pela ex-prefeita Marta Suplicy foi aprovado pela Assembléia Legislativa.
Agora é Lei !
 21 de março de 2012

A Assembleia Legislativa de São Paulo aprovou por unanimidade, no último dia 21 de março, a derrubada do veto ao PL 178 de 2007, de autoria do professor e deputado Carlos Giannazi (PSOL), que garante o direito ao pagamento a meia entrada em cinemas, teatros e espetáculos musicais para os professores das redes municipais do estado de São Paulo.
A Lei Estadual 10.858 de 2001, que garante o direito a meia entrada aos docentes da rede estadual de ensino, foi alterada pelo projeto de Giannazi, que incluiu também os professores das redes municipais que até então não tinham o mesmo direito. “Os professores das redes municipais devem ter oportunidades de acessar os bens culturais como cinema, teatro e espetáculos musicais para que possam aprimorar o conhecimento, a sensibilidade e o desenvolvimento cultural e artístico de si mesmos e dos seus alunos. A aprovação desse projeto é uma forma de compensar os baixos salários pagos ao magistério público, que fica impossibilitado de freqüentar os espaços de cultura”, disse Giannazi, que além de deputado é diretor da rede municipal de ensino da cidade de São Paulo.
Quando era vereador na Câmara Municipal da capital, Giannazi aprovou dois projetos com o mesmo teor que foram vetados pela ex-prefeita Marta Suplicy, em 2003, e posteriormente pelo ex-prefeito José Serra, no ano de 2005. Já como deputado estadual em 2007, Giannazi não desistiu desse objetivo e aprovou novamente o projeto na Assembleia Legislativa, mas de novo recebeu veto do então governador Serra. No retorno do veto à ALESP, o parlamentar conseguiu derrubá-lo e agora todos os professores das redes municipais do estado de São Paulo pagarão meia entrada em cinemas, teatros e espetáculos artísticos. Agora é lei!

Diário Oficial - Poder Legislativo - Página 9 Lei Nº 14.729, de 30 de março de 2012 (Projeto de lei nº 178, de 2007,do Deputado Carlos Giannazi - PSOL) Altera a Lei nº 10.858, de 31 de agosto de 2001, que institui a meia-entrada para professores da rede pública estadual de ensino em estabelecimentos que proporcionam lazer e entretenimento. Faço saber que a Assembleia Legislativa decreta e eu promulgo, nos termos do artigo 28, § 8º, da Constituição do Estado, a seguinte lei: Artigo 1º – O “caput” do artigo 1º da Lei nº 10.858, de 31 de agosto de 2001, que institui a meia-entrada para professores da rede pública estadual de ensino em estabelecimentos que proporcionem lazer e entretenimento, passa a vigorar com a seguinte redação: “Artigo 1º – É assegurado o pagamento de 50% (cinquenta por cento) do valor realmente cobrado para o ingresso em casas de diversões, praças desportivas e similares, aos professores da rede pública estadual e das redes municipais de ensino.” (NR) Artigo 2º – O artigo 3º da Lei nº 10.858, de 31 de agosto de 2001, passa a vigorar com a seguinte redação: “Artigo 3º – A prova da condição prevista no artigo 1º, para recebimento do benefício, será feita através da carteira funcional emitida pela Secretaria da Educação, ou pela apresentação do respectivo holerite.” (NR) Artigo 3º – Esta lei entra em vigor na data de sua publicação.

Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo, aos 30 de março de 2012


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