Num estudo publicado pela revista Science, cientistas europeus conseguiram avaliar os efeitos da alfabetização no cérebro. Usando ressonância magnética, eles avaliaram as respostas cerebrais a diversos estímulos, como linguagem falada e escrita, rostos, casas, ferramentas e jogo de damas. Os voluntários eram adultos divididos em 3 grupos: analfabetos, alfabetizados quando adulto e alfabetizados quando criança.
Uma das principais diferenças encontradas entre os cérebros alfabetizados e analfabetos é que os cérebros alfabetizados mostraram respostas mais intensas a palavras escritas. Além disso, todos os cérebros alfabetizados mostraram atividade diferenciada numa região conhecida por responder a linguagem falada, enquanto os cérebros analfabetos mostraram atividade diferenciada numa região conhecida por responder a rostos.
Esses resultados sugerem que aprender a ler e escrever modifica as regiões do cérebro envolvidas com a visão e linguagem escrita, e surpreendentemente, as envolvidas com linguagem falada também. Essas mudanças parecem acontecer com algum custo: os cérebros de adultos alfabetizados mostraram resposta menor a rostos do que os de analfabetos. Isso pode ser proveniente do fato de que palavras escritas e rostos compartilham a mesma região no cérebro de adultos alfabetizados.
Uma observação interessante é que as mudanças ocorreram no cérebro tanto dos adultos que foram alfabetizados quando criança, quanto dos que foram alfabetizados já adultos. Isso é um ótimo exemplo de neuroplasticidade e uma prova de que o aprendizado pode modificar o cérebro em qualquer idade.
Fonte: Cérebro melhor
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